Consulta com Nutricionista na Introdução Alimentar, Vale a Pena?

Consulta com Nutricionista na Introdução Alimentar, Vale a Pena?

Resolvi escrever sobre o acompanhamento nutricional durante a introdução alimentar, pois percebo que as pessoas ainda tem muitas dúvidas em relação a isso. Muitos acham besteira, afinal o pediatra acompanha o desenvolvimento infantil e dá as orientações básicas em relação à alimentação nessa fase; outros acham até interessante a ideia, mas tem dúvidas do que realmente é feito durante esse acompanhamento; tem também quem lê tudo sobre o assunto e acredita ter todas as informações necessárias para passarem por essa fase; e finalmente, tem quem acha que nutricionista é só pra quem precisa de dieta para emagrecer, para quem está doente ou para quem deseja ficar “sarado”!

Bom, se você é uma dessas pessoas, leia o texto e tire suas dúvidas… espero te ajudar esclarecendo alguns pontos.

Já ouviu falar sobre a teoria dos mil dias?
Hoje em dia, os estudos chamam a atenção para a importância dos mil primeiros dias da criança, que vão desde o início da gestação até completar dois anos de vida. Nessa fase ocorre uma programação metabólica que terá forte influência na prevenção e desenvolvimento de doenças na vida adulta determinada pelos nutrientes e toxinas a que são expostos. Portanto, falar em acompanhamento nutricional nessa fase, significa investir em prevenção de doenças pra vida toda.

Para que você entenda melhor, vou começar explicando o que é “Alimentação Complementar” e o que é importante saber sobre ela.

Por definição, alimentação complementar é tudo aquilo que o bebê consome, além do leite materno até completar dois anos, ou seja, pode ser água, comida ou fórmula infantil (quando necessário). A recomendação é que a introdução da alimentação complementar seja iniciada aos seis meses, quando o leite materno sozinho já não atende todas as necessidades do bebê, o trato digestivo está maduro o suficiente para digestão e absorção e o bebê já está sentando e sustentando a cabeça, pronto para receber e explorar novos alimentos com menor risco de engasgos.

Essa fase de uma maneira geral, é uma fase de muitas dúvidas, pois se antes o bebê só precisava ser levado ao seio materno para receber todos os nutrientes necessários para o seu crescimento e desenvolvimento, agora abrimos um leque de possibilidades e precisamos falar sobre diferentes métodos de introdução alimentar, grupos alimentares, qualidade e quantidade de cada um deles, a importância dos alimentos orgânicos, safra de alimentos, como higienizar, preparar, congelar e descongelar, como transportar, como organizar a alimentação com o retorno da mãe ao trabalho e muitas outras questões que surgem nessa transição.

Como é a consulta com o Nutricionista nessa fase?
Como se não bastasse todas essas novidades, existe aquela cobrança interna (e muitas vezes, externa também) de fazer o bebê ganhar peso, comer tudo, dormir bem, além de palpiteiros de plantão que vão querer dar dicas variadas sobre o assunto! Quem se identifica?

O que mais vejo no consultório é esse cenário que descrevi acima e posso garantir que ter um profissional especializado no assunto faz toda a diferença. O Nutricionista é o profissional que estuda por 4 anos durante a graduação para trabalhar com… alimentos! Não somos concorrentes de pediatras, mas sim complementares. O Nutricionista, além de fazer avaliação nutricional através do peso e estatura da criança, analisando as curvas de crescimento, faz um planejamento direcionado para realidade de cada família, orientando de maneira bem específica todos os cuidados na escolha dos alimentos, higienização, preparo, receitas nutritivas, armazenamento e transporte. O acompanhamento nessa fase vai variar de acordo com a necessidade de cada criança, porém de uma maneira geral, indico pelo menos três consultas: aos 6, aos 9 e aos 12 meses, pois são momentos em que precisamos avaliar fases do crescimento e desenvolvimento infantil, a aceitação da alimentação x amamentação e a consistência da comida.

O que percebo ao final de cada consulta é que as famílias saem muito mais confiantes, seguras e acolhidas e nesse momento cheio de novidades, dúvidas e cobranças, esse atendimento faz uma diferença enorme. Afinal, estamos falando em educação nutricional e sabemos que educar não é fácil, não existe uma receita mágica e infalível que sirva para todos. O que existe são possibilidades diferentes para crianças e famílias diferentes, que com informação conseguem fazer as melhores escolhas dentro da sua realidade.

Informações na internet são suficientes?
Obviamente, com o avanço da tecnologia, a comunicação e informação nos sites e redes sociais ficaram muito mais acessíveis e podem ajudar em alguns momentos. Porém, nada substitui uma avaliação e acompanhamento individualizado pelo profissional. Por isso, busque informações seguras, até para escolher um profissional capacitado, mas cuidado para não deixar que isso gere mais dúvidas e ansiedade.

Nutrição x Prevenção
E como falei no início, precisamos esquecer a ideia de associar o Nutricionista somente ao tratamento de doenças, à estética e ao mundo fitness. Os alimentos são o nosso principal combustível para que o corpo funcione bem em todos os aspectos, por isso, esse acompanhamento nutricional nas primeiras fases da vida, ajuda a trabalhar o paladar do bebê para que eleON cresça com hábitos alimentares saudáveis, garantindo a qualidade e variedade de nutrientes, prevenindo doenças crônicas e carências nutricionais que atrapalham o desenvolvimento.

 

debora marques alimentando metas

 

Debora Marques
Nutricionista Clínica Funcional – CRN: 06100078
Especialista em Saúde Materno-infantil – UFRJ
Tel: 21 99233-2001
E-mail: alimentandometas@hotmail.com
IG: @deboramarquesj @alimentandometas @alimentandobaby
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