O Que É Ser Uma Mãe Feminista

O Que É Ser Uma Mãe Feminista

O Que e Ser Uma Mae FeministaPrimeiro eu vou explicar o feminismo. Uma explicação breve usando as minhas próprias palavras, porque eu vejo muita gente com uma visão deturpada do feminismo.

Ser feminista é você abraçar uma luta por direitos iguais. Homens e mulheres deveriam ter os mesmos direitos e os mesmos deveres perante a sociedade, mas infelizmente isso ainda não acontece.

Ser feminista é simplesmente você saber que você é dona do seu corpo, que você é a única responsável por tomar decisões sobre a sua vida, você é a única que manda em você mesma, você tem liberdade para ir e vir para onde quiser e de onde quiser sem ter a obrigação de dar satisfação a ninguém.

Ser feminista não é querer ser melhor do que os homens, não é querer mandar nos homens, é querer estar no mesmo patamar que eles. É querer o mesmo respeito que eles têm, é querer ser ouvida também.

Agora vamos interpretar: “Eu tenho um marido então se eu der satisfação eu não sou feminista?” Não, eu não disse isso. Eu mesma dou satisfação para o meu marido, mas não por obrigação, mas amor. Porque eu não quero deixá-lo preocupado comigo e não porque ele me intimidou. Entendeu a diferença?

Assim como tomar decisão em conjunto com o seu marido, pedindo a opinião dele (que por ser uma pessoa que você ama é uma opinião tão válida quanto a opinião da sua mãe ou da sua melhor amiga).

Atenção: O feminismo não é o oposto do machismo. Ser feminista é apenas a luta por uma causa, por direitos iguais e SOMENTE isso. Nada tem a ver com você destratar os homens, se sentir superior a eles por ser mulher.

Não confunda feminismo com não ser feminina!

Pensar que uma mulher feminista (aliás bem duro escrever isso, uma vez que todas as mulheres deveriam ser feministas) tem cabelo no sovaco é ter uma visão limitada do feminismo.

Ser feminista não tem nada a ver com não ser feminina. A feminista pode ser feminina sim senhora! Se depilar, fazer as unhas, fazer o cabelo, usar maquiagem, brinco, colares… gostar de se arrumar ou não é uma característica pessoal de cada uma, não é uma característica de uma luta por direitos iguais.

O feminismo é uma luta por direitos iguais. Por isso eu digo que deveria caber a todas as mulheres. Querer ter o mesmo direito dos homens. Não é porque conseguimos o direito ao voto e direito a trabalhar, devido a muita luta feminista, que a guerra está ganha.

Temos muito a lutar.

– Salários iguais

– Visibilidade em determinadas profissões (por exemplo, na política a maior parte são homen,s tanto que estão tentando colocar uma cota mínima para mulheres no Congresso e na Câmara)

– Divisão igualitária dos trabalhos domésticos

– Sem preconceitos na hora de contratar uma funcionária (só porque ela é mulher e porque está em idade fértil – que não deixe de ser contratada por causa disso).

– Liberdade de expressão também (se mulher falando palavrão é feio, para o homem é feio também. Porque a mulher tem que ser comportadinha e o homem pode ser desbocado?)

– Uma licença maternidade decente (aliás, paternidade também porque ser feminista é querer direitos iguais, como eu mesma já disse, e não querer ser melhor que eles).

Se você acha que temos uma licença maternidade decente é porque o seu empregador provavelmente te deu 6 meses de licença, mas saiba que por lei a obrigação é de apenas 4 meses. De qualquer forma, na minha opinião pessoal, 6 meses é pouco tempo, pois com 6 meses o bebê ainda é muito dependente da mãe (e do pai – que tem tanta obrigação de cuidar dos filhos quanto a mãe).

E muitos outros pontos.

E uma mãe feminista? Como é?

Uma mãe feminista é uma mulher que acha que a outra mulher tem direito a decidir sobre o seu corpo. Seja ter o direito de escolha de ter filhos ou não (ou ter quantos filhos ela quiser), seja decidir sobre a sua escolha de parto, desde que seja uma escolha consciente (que convenhamos, está longe de acontecer no Brasil), decidir onde vai querer ter os seus filhos (em casa, no hospital etc).

Essas decisões só cabem à mulher, sabe por quê? Porque o corpo é dela. Como eu disse antes, o companheiro tem voz, porque é amado e por isso pode dar a opinião, pois ser feminista nada tem a ver com decidir tudo sozinha.

A luta da mãe feminista é ensinar seus filhos, especialmente seus filhos homens, que eles têm tanta obrigação de cuidar da casa e dos filhos que terão um dia, assim como a futura esposa dele.

Porque pai também tem que trocar fralda, colocar para arrotar, dar papinha, levar para passear, brincar etc. A única coisa que o pai não pode fazer, porque a sua fisiologia não permite, é dar o peito. De resto o pai tem a obrigação de dividir TUDO com a companheira e mãe de seus filhos.

Só que a sociedade ainda tem muito o que aprender…

Essa é a minha bandeira, posso não transformar o mundo mas estou fazendo a minha parte, bem devagarzinho. Por um mundo melhor daqui a alguns anos, por um futuro melhor.

Quem tá comigo?

OBS: Só por você estar dando a sua opinião, mesmo que contrária a esse texto, significa que um dia uma feminista lutou para que você tivesse esse direito! Significa que você só tem VOZ porque mulheres abriram esse caminho para você. Então repense os seus conceitos sobre feminismo, pois toda mulher deveria ser feminista, ainda mais uma MÃE.

OBS 2: Existem muitos homens feministas também, pois como eu disse, o feminismo não é o oposto do machismo e muitos homens também abraçam essa nossa luta por direitos iguais.

6 thoughts on “O Que É Ser Uma Mãe Feminista

  1. Parabéns! Belo texto. Confesso que já exercia o feminismo e nem sabia ao certo o real signoficado. Muito bom. Grata por dividir.

  2. Tenho visitado seu site, e acho muito bacana as dicas, e as experiências que vocês compartilham são fascinantes, mas creio que este post misturou “alhos com bugalhos”, e se baseia em alguns mitos que tem sido debatidos ultimamente. Mitos, sim, pois nem toda denúncia de “machismo na nossa sociedade” se mostra baseada em fatos, mas que se perpetuam por serem argumentos fáceis de vender, cuja resposta é mais longa e trabalhosa para ser entendida.

    Concordo que a licença maternidade precisa melhorar muito, em vários aspectos, mas quanto a outros “tópicos de luta feminista”, são muito mais miragens que tiram o foco do que o feminismo poderia fazer pela sociedade:

    Salários iguais: Já trabalhei em RH e digo uma coisa, vocês já tem isso. Nenhuma empresa ou organização dá salário menor para mulheres. O que acontece é que as pessoas confundem salário com remuneração: o primeiro é o que se acerta em contrato (valor por tempo de disponibilidade, seja por hora ou por mês), o segundo é o que termina sendo pago, considerando adicionais (horas-extras, insalubridade, periculosidade) e descontos (seguridade social, importo de renda na fonte). Homens tendem a fazer mais horas-extras e a trabalhar em funções perigosas e insalubres – e por isso, apenas estatisticamente, terminam recebendo mais.

    Mulheres tendem a evitar horas-extras para poder focar em qualificação ou na família (e sim, talvez sejam mais eficientes durante o tempo normal de serviço, e não precisem fazer horas extras…). Também ocorre que as mulheres se afastam do serviço pela licença-maternidade e, mesmo que esta venha a ser remunerada, no longo prazo essa ausência no serviço leva a uma remuneração menor e, de fato, eventualmente de salário (mas ambos com justificativas, ok?). O tempo em que ela permanece afastada representa também a perda de oportunidades para mostrar resultados e resolver problemas para seus empregadores – que são exatamente as coisas que justificam aumentos de salário e promoções.

    Outra evidência obvia é que, se as mulheres realmente aceitassem trabalhar a mesma coisa que os homens, recebendo salário menor, a essa altura do campeonato já não haveriam homens empregados. Todas as empresas e organizações já teriam contratado mulheres apenas.

    Visibilidade em determinadas profissões: sim, mulheres são 51% da população da Terra. Mas não, isso não quer dizer que deveriam ocupar 51% dos cargos de qualquer campo profissional. Assim como descendentes de orientais representam 10% da população brasileira, mas não se limitam a 10% das vagas de ensino superior. O fato é que cada profissão e trabalho requer perfil específico, e não faz sentido apenas esperar que as pessoas se encaixem nesses perfis com base em seu gênero. Basta ver na Medicina: não há impedimento nenhum para uma mulher seguir a carreira de neurocirurgiã. Nenhum. Basta escolher o caminho, estudar, praticar. Mas apenas uma fração das mulheres escolhe Neurocirurgia como especialidade. Na via oposta, não há 51% de pedreiras e ajudantes de pedreira nos canteiros de obra que vemos por aí. Não tem nada a ver com comparar a “capacidade” ou “eficiência” de um gênero contra outro. Talvez por que existam coisas como “inclinação”, “dom”, “interesse” e “inspiração”, e hajam profissões que sejam mais atraentes para um gênero do que para o outro. Talvez não tenhamos 51% de mulheres na política, ou 51% de mulheres nas forças armadas, pelo simples motivo de elas mesmas não terem inclinação para essas atividades, não se identificarem com as mesmas, não sentirem interesse em seguir por essas profissões, na mesma e exata proporção que os homens. Não que isso seja um problema (só o é para feministas que pensam na sociedade como um parque temático, que precisa ter uma Minnie se tiver um Mickey, uma Margarida se tiver um Pato Donald), afinal de contas só havia uma única mulher no gabinete de governo de Margareth Thatcher – era ela mesma, primeira-ministra e chefe de Governo. E pondo um bando de homens para trabalhar.

    Divisão igualitária dos trabalhos domésticos: que eu saiba, isso é uma questão que o próprio casal define entre si. E como verificar se a divisão foi efetivamente igualitária? Gasto dez minutos varrendo o chão do apartamento, isso é o mesmo que gastar 10 minutos limpando a geladeira? Daqui a pouco vamos montar um relógio de ponto e uma tabela de equivalência para saber se é verdade ou não que o trabalho foi dividido de forma “igual”. Na verdade, dividir de forma “igual” requer que os dois lados possam ser cobrados também da mesma forma. Mas quando chego em casa do trabalho e vejo que minha esposa está cansada, e a louça não foi lavada, a roupa suja está largada num canto, e a comida não está feita, faz sentido falar em dividir de forma igual essas tarefas, quando um lado está precisando deitar e descansar?

    Liberdade de expressão: bom, qual é a ideia? Mulher pode falar palavrão igual a homem? Já imagino o casal tendo uma conversa digna de estivador de cais na frente da nenê de seis meses. Na verdade, em um relacionamento, essa liberdade é tolhida o tempo todo, com consentimento e aceitação mútuos. Por mais aberta que seja a comunicação, pelo bem do relacionamento, estamos sempre ponderando como falar, o quê falar e quando falar. E ponderando também se estamos ouvindo o suficiente. As mulheres fazem uso de educação, polidez e diplomacia para se fazerem entender – você pode achar que isso é coisa de “mulher comportadinha”, mas na verdade, nós, homens, é que temos dificuldade em aplicar essas coisas, e deveríamos aprender a fazê-lo. Liberdade de expressão não é a liberdade de falar sem consequências. É apenas poder se expressar sem censura prévia exercida por alguém. E, da mesma forma como acontece quando um homem fala o que bem entende, tem que ouvir as críticas e opiniões contrárias.

    A igualdade de direitos já foi conseguida pelas primeiras gerações de feministas, começando com a sufragistas, que lutavam pelo direito das mulheres votarem em eleições. Mas as gerações atuais de feministas não lutam por igualdade de direitos: reclamam é por igualdade de resultados (basta ver o caso da igualdade de remuneração sendo confundida com igualdade de salário…), ignorando que o resultado não depende de outros, e sim do esforço, dedicação e abdicação próprios de cada um.

    Também discordo que certas decisões só cabem a mulher “porque o corpo é dela”. No contexto, sim, ela tem palavra sobre a forma e onde deve ocorrer o parto; mas seria bom lembrar que o corpo que se forma dentro de seu útero não é dela, mas da própria criança que está se desenvolvendo (sendo mais científico: um exame de DNA irá mostrar que o corpo no útero não é um clone da mãe, nem um apêndice dela). E as decisões, nesse caso, precisam ser tomadas considerando o que for melhor para bem-estar do corpo do bebê. Seria válido a mulher insistir em parto natural, mesmo quando o médico aponta que devido a condições no desenvolvimento do bebê, essa seria uma opção com grandes chances de gerar sequelas negativas para o recém-nascido? Para o corpo dela, a cesárea será de uma truculência como qualquer outra cirurgia, com um pós-operatório longo e complicado – seria melhor o parto natural. Mas, nesse caso, o parto natural será ruim para o corpo da criança, e a decisão final será tomada com base nisso. (Nota: sim, o corpo é da mulher, ela faz o que quiser com ele. Mas no momento em que engravida, há um outro corpo a ser considerado. Em outros contextos, não há o que se discutir, se a mulher diz “não”, é “não” e acabou.)

    Escrevo tudo isso porque sou um feminista também – mas não um feminista que pensa que a mulher é sempre “vítima” de alguém, e para isso precisa “se unir como classe” para lutar por “direitos” – em outras palavras, que ela sempre precisa de alguém que seja benevolente com ela, sempre precisa de ajuda. Acredito no feminismo de empoderamento – longe de ser uma vítima, a mulher é um indivíduo racional, forte, plenamente capaz, e que tem o destino em suas próprias mãos, e se prepara para lidar com isso de forma responsável, mesmo quando as coisas dão errado. E que ela irá erguer a cabeça e conquistar seu próprio espaço, ainda que surjam obstáculos.

    1. Olá Mack, obrigada pelo seu comentário. Fico feliz que tenha gostado das dicas, sinta-se em casa. Mas não concordo com grande parte da sua opinião, porém a respeito. A minha luta continua no empoderamento das minhas leitoras e em outros aspectos. Um dia vou poder dizer que estamos de igual para igual. Obs: tecnicamente a nomemclatura é homem pró-feminista, mas EU não me importo que vc se nomeie feminista, estou só dando um toque porque algumas pessoas não curtem que use a nomenclatura errada. Um beijo

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